27/03/11
16/03/11
entre a sombra e a claridade
Estou cansado
e morto por parar nesta subida…
Dura é a vida
em que tanto naufraguei
colado ao chão!
Fartei-me de percorrer as veredas
entre a sombra e a claridade
em busca da razão
e da verdade.
E que encontrei no fim da linha
do horizonte
onde este se funde com os Céus?
Falta de tudo! Vede:
Sempre a falta de Deus
como água fresca da fonte
onde pudesse mitigar a falta disso tudo
e a minha sede.
e morto por parar nesta subida…
Dura é a vida
em que tanto naufraguei
colado ao chão!
Fartei-me de percorrer as veredas
entre a sombra e a claridade
em busca da razão
e da verdade.
E que encontrei no fim da linha
do horizonte
onde este se funde com os Céus?
Falta de tudo! Vede:
Sempre a falta de Deus
como água fresca da fonte
onde pudesse mitigar a falta disso tudo
e a minha sede.
13/03/11
13.ª edição do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama
Organizado pelas Juntas de Freguesia de Azeitão (S. Lourenço e S. Simão), tem a parceria da Câmara Municipal de Setúbal, da Associação Cultural Sebastião da Gama e da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.
A 13.ª edição do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama está em curso, podendo os trabalhos ser entregues até 31 de Março.
O trabalho que venha a ser premiado (em sessão que decorrerá em 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente), além do valor pecuniário, terá também incluída a sua publicação a cargo da organização do Prémio.
O Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama foi certame criado em 1988, em Azeitão, pelas Juntas de Freguesia de S. Lourenço e de S. Simão.
agora, que as minhas mãos de amar…
…já estão vazias
e são estátuas de vidro em reflexão
deixai em paz o coração
que frágil tece a teia em que ainda
quer apenas viver por frágeis dias
abismo profundo em névoa
se desvanece
e um raio em ira que fende o céu
em dois cai quase a prumo
e atordoa e fere e mata
e enlouquece
mas não perde este Homem do seu norte
o rumo
e são estátuas de vidro em reflexão
deixai em paz o coração
que frágil tece a teia em que ainda
quer apenas viver por frágeis dias
abismo profundo em névoa
se desvanece
e um raio em ira que fende o céu
em dois cai quase a prumo
e atordoa e fere e mata
e enlouquece
mas não perde este Homem do seu norte
o rumo
castração
Castrou-me o sonho.
Desvirtuou-me o que pretendi
ser.
Escureceu-me a memória
na azáfama dos dias
(do) que pretendi viver.
Dialoguei imaginários devaneios
em silêncios sábios
de Luz, fugazes.
Naufraguei nas margens do nada,
inventei-me
em ânsias de viver
audazes,
Desvirtuou-me o que pretendi
ser.
Escureceu-me a memória
na azáfama dos dias
(do) que pretendi viver.
Dialoguei imaginários devaneios
em silêncios sábios
de Luz, fugazes.
Naufraguei nas margens do nada,
inventei-me
em ânsias de viver
audazes,
atolado e imóvel
Persegue-me uma subtil Luz
no fundo do túnel
onde me encontro
afogado.
Imóvel
nesta terrível procura,
algo em mim se recusa a sair
das areias movediças
em que me vejo atolado.
no fundo do túnel
onde me encontro
afogado.
Imóvel
nesta terrível procura,
algo em mim se recusa a sair
das areias movediças
em que me vejo atolado.
10/03/11
Não posso adiar!
Não posso adiar por mais tempo o meu grito.
Deixem-me gritar.
Deixem-me estas amarras romper.
Não me roubem o meu grito
nem a possibilidade de gritar
e dizer.
(...)
Não posso adiar por mais tempo o meu grito.
Não posso!
Não me amordacem
que eu não me deixo por ninguém amordaçar.
Deixem-me só mas com a minha liberdade…
Não me impeçam de gritar.
Deixem-me gritar.
Deixem-me estas amarras romper.
Não me roubem o meu grito
nem a possibilidade de gritar
e dizer.
(...)
Não posso adiar por mais tempo o meu grito.
Não posso!
Não me amordacem
que eu não me deixo por ninguém amordaçar.
Deixem-me só mas com a minha liberdade…
Não me impeçam de gritar.
Não me enlouqueçam…
…nem ais, nem gritos de raiva, nem dores
nem estrondos de granada.
Deixem-me antes nas sombras
sozinho, sem nada.
Despido de tudo, de tudo, mas mesmo de tudo!
Deixem-me apenas com a palavra
e papel e caneta para gritar
o meu grito sem lágrimas nem ais.
Deixem-me apenas isto
e nada mais.
nem estrondos de granada.
Deixem-me antes nas sombras
sozinho, sem nada.
Despido de tudo, de tudo, mas mesmo de tudo!
Deixem-me apenas com a palavra
e papel e caneta para gritar
o meu grito sem lágrimas nem ais.
Deixem-me apenas isto
e nada mais.
É preciso mudar as telas
as cores as letras
da vida
é preciso mudar o amanhã
é urgente mudar o amanhã
e encerrar de vez estas entranhas
que doem de revolta e cansaços.
É preciso acabar com os elogios
que não servem
de nada
é preciso continuar a gritar
é preciso percorrer e desvendar
os caminhos da verdade
com firmes passos.
da vida
é preciso mudar o amanhã
é urgente mudar o amanhã
e encerrar de vez estas entranhas
que doem de revolta e cansaços.
É preciso acabar com os elogios
que não servem
de nada
é preciso continuar a gritar
é preciso percorrer e desvendar
os caminhos da verdade
com firmes passos.
Não me vendo
jamais me venderei
nem mesmo dentro do caixão.
Haja o que houver!
Sei
que é nesta perdição
pecaminosa
que me vou perder.
Busquei na vida
a luz que nunca vi
e me prometia o eterno.
Nessa busca incessante
me perdi
e tive como resposta
o regresso
às sombras deste inferno.
nem mesmo dentro do caixão.
Haja o que houver!
Sei
que é nesta perdição
pecaminosa
que me vou perder.
Busquei na vida
a luz que nunca vi
e me prometia o eterno.
Nessa busca incessante
me perdi
e tive como resposta
o regresso
às sombras deste inferno.
Inutilmente a manhã na fronte
perde-se
em rugas de sulcos fundos
que repousam seus gentis gomos
nos cílios fluviais dos trilhos das margens
duras da vida
Ao lado o rio que corre…
E inutilmente o ciclo que arrefece
(...)
chicoteado pelo esquecimento
Ali gesticulam efémeros gestos de prazer…
Ali, a dádiva emprenha o ventre virgem
no galopar do vazio do tempo
(...)
da noite que só
álgida
se cobre da ausência da luz
em rugas de sulcos fundos
que repousam seus gentis gomos
nos cílios fluviais dos trilhos das margens
duras da vida
Ao lado o rio que corre…
E inutilmente o ciclo que arrefece
(...)
chicoteado pelo esquecimento
Ali gesticulam efémeros gestos de prazer…
Ali, a dádiva emprenha o ventre virgem
no galopar do vazio do tempo
(...)
da noite que só
álgida
se cobre da ausência da luz
A noite trazia aragens
e orgias de medo
no voo frenético dos sexos
… e eu,
solitário com os ossos nus do crepúsculo
a esvair-se em rubro sangue…
Pressinto o mar à distância e os sulcos
da chuva ácida
queimam-me as veias
e estiolam-me os ossos
no voo frenético dos sexos
… e eu,
solitário com os ossos nus do crepúsculo
a esvair-se em rubro sangue…
Pressinto o mar à distância e os sulcos
da chuva ácida
queimam-me as veias
e estiolam-me os ossos
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