Aqui
nu, branco e negro
jaz, em círculo enrolado
sobre a luminosidade
luminosa
do lençol - o corpo,
circunscrito
na concha que se forma
ao centro - o nascimento
Nele o ponto negro
interacciona-se
com o quadrado luminoso do
lençol
Três vértices:
a mancha negra - o triângulo
e o seu ponto interior;
no centro grita o fogo
sobre o corpo enrolado
Grita na pele
o sexo - a mancha negra
em união com a geometria
do triângulo
Na pele a febre oculta
bebe o ar no corte vertical
em concha
entre as coxas do poema
Quando os lábios
na sede de se darem
se entregam,
ergue-se o gesto que faz a
poesia;
e sempre o corpo
branco e negro
na macieza luminosa do
lençol,
e sempre o ponto negro a
rasgar
o contínuo abstracto do
corpo
liso e imaculado anunciando
o sexo
Necessidade necessária:
- a ocultação (onde o mel se
derrama)
e o sol, como quinta
essência
- o ponto de fuga e união
(a perfeição do triângulo)
na junção dos corpos
O interior oculto
onde o mel da terra se cria -
e se dá
na força do vinho e da água
e da rosa vermelho-sangue
- altíssima perfeição!
Alvaro Giesta
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